Ainda segundo o instituto, para que o primeiro passo seja dado, é extremamente necessário um encontro com o procurador. Para Nobre, a delimitação da área depende de competência técnica, o que, segundo ele, seria de responsabilidade do próprio Iphan. “São eles que poderiam fazer o mapeamento e dizer qual a área a ser preservada. Quem me garante que, entre esses sítios, não há mais nada a se preservar. Por isso a importância do trabalho deles”, diz Nobre.
O prazo concedido pelo procurador ao Iphan havia vencido na quinta-feira da semana passada, ocasião em que ele prorrogou por mais cinco dias. “Sobre esse novo pedido, vou analisar. Trinta dias pode ser demais.”
A assessoria do Iphan explica que a prorrogação do prazo foi necessária também porque os peritos responsáveis por essa fiscalização não estariam disponíveis. Existe ainda a intenção de firmar convênio com faculdades para o envio de especialistas aos sítios paleontológicos da região de Rio Preto. Uma das universidades apontadas é a Unesp de Presidente Prudente. Mas a Unesp afirma que não tem especialistas na área, em Presidente Prudente, para a realização do trabalho. Segundo o setor de arqueologia da instituição, os profissionais não seriam capacitados.
Prof. J. Tadeu em Sitio Paleontologico |
Polêmica
A decisão do procurador foi tomada após reportagem do Diário da Região sobre a ameaça das plantações de cana aos sítios paleontológicos. Nos locais, foram encontrados esqueletos de crocodilos pré-históricos a partir do início da década de 1990 e, recentemente, uma costela e dentes de dinossauros. As plantações de cana-de-açúcar na região onde estão os sítos cresceram 11 vezes nos últimos 19 anos, desde a descoberta do primeiro fóssil. No período, a área destinada à monocultura saltou de 15 mil para 164 mil hectares.
Os fósseis podem ser encontrados, em algumas ocasiões, a apenas 30 centímetros abaixo da terra. As grades que preparam o solo para a plantação podem destruir os fósseis. O mesmo ocorre com a passagem de veículos pesados, como colheitadeiras. Os pesquisadores acreditam que somente o isolamento da área correspondente aos sítios pode assegurar a preservação dos vestígios dos animais pré-históricos, que têm 90 milhões de anos.
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